segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A Senhora Morte



Não tenho medo de ti minha senhora,
É a maior certeza que a vida oferece...
No nosso futuro encontraremos a ti,
Pode ser uma tranquila morte
Ou uma agitada morte.
Doce morte dos justos!
Amarga morte dos injustos!
Os teus dedos frios me tocam,
E sinto o peso da eternidade sobre mim.
Que o véu se descubra,
E que a saudade apaziguada seja,
Divina, justa, injusta, profana morte,
Lenta para alguns, e veloz para outros,
Estás sempre
Presente em todos os momentos,
Num momento que pulsa faz bater um coração,
No outro, mais nada, e a vida se abstrai,
Vem tu, morte, instala-se na minha boca...
Corta a minha respiração,
Sufoca o meu grito de aflição,
E enfim, cumpre o teu mandato!
Faça valer o legado,
Que a posteridade há de esquecer,
Carrega-me para longe, me leve morte...
Leve-me para onde eu merecer,
Mas me permita, morte...
Por um instante antes de partir,
Poder ver o último entardecer!

Poesia publicada na coletânea “TUDO É POESIA”
II Prêmio Litteris de Cultura. Livro 2
ED. Litteris. Rio de Janeiro - 2006.

Emerson Sampaio








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